O microbioma (conjunto de micro-organismos) do solo pode melhorar a produtividade agrícola, pois os fungos, bactérias e outros elementos que o compõem participam da ciclagem de nutrientes, produzem substância que promovem o crescimento vegetal e protegem as plantas contra o ataque de pragas, doenças e estresse ambiental. Dessa forma, o manejo biológico do solo pode elevar a produtividade tanto em plantas de ciclo anual, como em áreas de cultivos perenes, como por exemplo o café e eucalipto. Este aumento de produtividade pode variar de acordo com a cultura, e é resultado da melhoria da produção e da qualidade final do produto, segundo dados da Andrios Consultoria.
Outro benefício do equilíbrio do bioma do solo para o agricultor é a redução dos custos de produção em relação à menor necessidade de aplicação de insumos como fertilizantes e defensivos. Embora este microbioma seja único para cada espécie vegetal, variando de acordo com a cultivar e fase de crescimento da planta, a abundância de um conjunto de espécies microbianas está associada à melhoria do desempenho vegetal.
De acordo com Marília Bixilia Sanchez, diretora científica da DSMA Biotecnologia, o manejo do solo se inicia com uma boa análise de seus componentes. “É essencial entendermos a estrutura da comunidade microbiana e seu metagenoma, e como ele é influenciado por diferentes tipos de solo, práticas agrícolas e variedades de plantas. Dessa forma, se conhecermos quais espécies são benéficas e quais não trazem vantagens para a produtividade vegetal, poderemos, por meio de práticas agrícolas adequadas, alterar sua composição e utilizar melhor o potencial desta microbiota para promover o crescimento e aumentar o rendimento dos cultivos.”
Fatores como área de cultivo, tipo de solo, genótipo da planta entre outros fatores, interagem com as práticas agrícolas para estruturar a comunidade microbiana associada à planta. “Assim, é possível realizar um manejo personalizado para cada área e espécies vegetais cultivadas, permitindo a seleção de um conjunto de espécies microbianas que resultem em um maior ganho de produtividade”, explica Cristiane Andreote, diretora da Andrios.
Marcus Adonai Castro da Silva, co-fundador da Biome4all, salienta que se os parâmetros indicam que solo está em condições ruins, estas análises fornecem um indicativo de que precisa de intervenção. “Estudos mostram que se não bem cuidados, estes conjuntos microbianos perdem sua biodiversidade e suas funções no sistema. Portanto, passa a ser importante adotar práticas para a melhoria do microbioma em áreas agrícolas.”
Entre essas práticas estão o bom manejo das culturas, prezando pela biodiversidade vegetal, como por exemplo numa boa rotação de culturas; o emprego de resíduos orgânicos; e o bom posicionamento de produtos biológicos, que resultam em uma agricultura de alta performance.
via assessoria
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