Nos estandes, a grande estrela foi a
conectividade
A busca por precisão
e eficiência, palavras de ordem no campo hoje, foi o principal combustível das prospecções
e vendas de maquinários e implementos agrícolas na ExpoLondrina. Ainda que
parte dos produtores tenha optado por aguardar a liberação de linhas de crédito
com taxas mais atrativas, a feira trouxe otimismo para o setor.
“A feira de
Londrina é uma vitrine muito importante. Sempre saem bons negócios aqui, e
acreditamos que desta vez não será diferente”, afirmou Fernando Henrique
Muchagata, gerente comercial da Kato Tecnologia, concessionária Massey Ferguson
em Londrina, faltando ainda três dias para o término do evento. Para Muchagata a
ExpoLondrina é um evento que vale muito a pena, principalmente por ter um lado
comercial bem forte juntamente com a parte de lazer da feira. “Para se ter uma
ideia, esta é uma das poucas feiras que ainda participamos”, revelou.
O gerente
comercial informou ainda que, após dois anos, os produtores estão à procura de
novos equipamentos e novas tecnologias, como a telemetria, para melhoria dos
resultados. Para a feira deste ano, a concessionária trouxe como grande atração
a plantadeira Momentum, que é autotransportável, dispensando o uso de caminhão
para o deslocamento do maquinário de uma propriedade para outra. “O modelo possui
linhas de plantio móveis, que se fecham no momento do transporte, facilitando o
trabalho. Trata-se de um equipamento agrícola de precisão, pneumático, que tem
corte de seção linha a linha, evitando o remonte de semente e resultando em
mais economia. É o principal produto do nosso estande.”
Atendimento remoto - Outros estandes da feira também
apostaram na alta tecnologia no campo. “Hoje estamos caminhando para não vender
mais maquinário, mas tecnologia”, resumiu o supervisor de agricultura de
precisão da Cocamar Máquinas John Deere, Bruno Trosdorf, lembrando que a
cooperativa conta com o Centro de Soluções Conectadas (CSC), instalado em
Maringá, com agrônomos e cientistas de dados que fazem o controle das máquinas
em campo. Segundo Trosdorf, 90% de todos os atendimentos das cerca de 750 máquinas
conectadas hoje são feitos remotamente.
Para a Expo,
a Cocamar Máquinas trouxe toda a linha de pulverizadores, tratores,
plantadeiras e colheitadeiras de última geração, além das demonstrações de
piloto automático e soluções tecnológicas de aplicação que têm despertado a atenção
dos produtores. “A procura pelos equipamentos tem sido muito boa. A grande
vantagem de uma feira como esta é o contato pessoal com o produtor, que tecnologia
nenhuma substitui”, afirmou o supervisor, animado com as possibilidades de
vendas.
Parcerias - Otimismo semelhante era visto no
estande da Integrada Máquinas e Equipamentos, concessionária Kuhn, onde os
visitantes puderam conferir a Stronger 4000 HD, maior pulverizador presente na
feira. Já no sexto dia de feira mais de 10 modelos menores de pulverizadores
haviam sido comercializados e uma unidade do Stronger HD, no valor de R$ 1,8
milhão, estava praticamente vendida.
“As parcerias
com bancos estão ajudando nas linhas de crédito e as vendas estão dentro do
programado, que é comercializar R$ 15 milhões”, garantiu o supervisor comercial
da Integrada Máquinas, Roderjan Luiz Inforzato Filho. Além dos pulverizadores,
o estande da Integrada trouxe para a feira as novas plantadeiras com
distribuição de semente a vácuo, distribuidor de adubo com taxa variável,
semeadeira de trigo para grão fino e equipamentos de tecnologia agrícola da
norte-americana Trimble, líder mundial no setor.
Planejamento – No estande da DHL, concessionária Valtra, o
clima também era de expectativa. “A maioria dos produtores está aguardando
créditos melhores, mas estamos esperando por números de venda bem favoráveis”,
garantiu Adauto Rocha, gerente comercial da DHL. Para o gerente, a pandemia do
coronavírus fez o produtor se programar mais e planejar suas compras com base
nas reais necessidades, e não apenas como forma de investimento.
Para a 60ª
edição da ExpoLondrina, a marca trouxe novidades como o trator com transmissão
CVT; o pulverizador 2225, de 2,5 mil litros e potência de 170 cavalos, ideal
para pequenas propriedades; e a linha de tratores semiautomáticos.
No estande da
New Agro Primer, revendedora New Holland, a nova geração de colheitadeiras TC e
os grandes tratores da linha T7 – 223 cavalos eram as grandes promessas de
venda até o final do evento, ao lado dos quadriciclos Polaris. “Como o momento
é de juros altos, os clientes estão preferindo aguardar por um possível aporte
do governo. Mas acreditamos que a situação deve melhorar”, apostava o gerente
de vendas Luís Antonio Viani.
A agricultura
4.0 também foi a estrela do estande da Jacto, que trouxe para a feira a solução
de telemetria multimarcas Jacto Next, que oferece ao produtor informações em
tempo real de todas as máquinas em operação, além de gerar mapas de todas as
aplicações e até dos motivos de interrupções no trabalho. “Conseguimos uma
solução muito simples, facilmente utilizável pelo operador”, informou o
especialista em agricultura de precisão da empresa, Álvaro Zanghetti,
explicando que o equipamento é disponibilizado por meio de contrato de
comodato. “Com o pagamento de um valor médio de R$ 500 o produtor tem todas
estas vantagens à disposição e pode resolver 90% dos problemas à distância”, destacou
Zanghetti.
A Agricase,
concessionária Case IH, trouxe para a feira a linha de maquinário comercializada
há cerca de 1,5 ano, e concentrou as expectativas de venda no final do evento.
“Estamos com boas prospecções, mas questões como os juros altos e mesmo a falta
de equipamentos para comercialização estão dificultando um maior volume de
vendas. Temos buscado alternativas, como a reserva de negócios, até que seja
liberado o novo Plano Safra”, informou Daniel Aparecido de Oliveira, gerente de
vendas da concessionária.
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