Mercado japonês de soja livre de transgênicos para consumo humano foi debatido em workshop entre entidades japonesas, produtores rurais e empresas brasileiras de pesquisa
Em até dez anos, a produção
brasileira de soja convencional poderia atender os consumidores japoneses. O
estudo “Levantamento de Dados sobre o Fortalecimento Estrutural da Segurança
Alimentar Mundial”, feito pelo consórcio Nippon Koei Lac e Japan International
Cooperation Agency (JICA), mostrou que a demanda poderia ser de 230 mil
toneladas de soja livre de transgenia em 60 mil hectares para consumo humano no
Japão.
A demanda japonesa por soja
livre foi apresentada na última semana por meio de uma pesquisa que levantou a
cadeia produtiva no Brasil. Foram 29 questionários aplicados a produtores
rurais, tradings e indústrias do Brasil e do Japão.
Cem por cento da soja
utilizada para óleo e 78% da soja utilizada para alimentação no Japão são
importadas e vêm 80% dos Estados Unidos, 14% do Brasil e 8% do Canadá. Dados do
Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, apresentados na
pesquisa, mostram que o mercado é de 3,6 milhões de toneladas. Outro dado
aponta que, em 2021, o complexo soja (grão, farelo e óleo) no país era de 5,9
milhões de toneladas.
Entre os cenários
apresentados, o consórcio apontou que a curto prazo, ainda na safra 2023/24,
conversações entre tradings e indústrias auxiliariam na avaliação de
disponibilidade e capacidade de originação de sementes, logística e espaço em
terminal portuário para fornecer volume de soja não-transgênica na modalidade a
granel.
A médio prazo, seria montada
uma operação customizada de acordo com a necessidade dos consumidor japonês,
envolvendo produtores rurais brasileiros selecionados com capacidade de
produção. A longo prazo, seriam realizadas parcerias com empresas de melhoramento
genético, criação de linhas de financiamento e investimento em infraestrutura.
Atualmente, 100% da soja
convencional importada pelo Japão vem dos Estados Unidos e o país precisa de
uma alternativa para a segurança alimentar. Os representantes ressaltaram a
importância de informar os consumidores japoneses sobre as legislações brasileiras
e a produção sustentável.
O empresário e conselheiro
do Instituto Soja Livre, Luiz Fioreze, informou que a entidade está trabalhando
para mostrar ao mundo a sustentabilidade, confiabilidade e consistência da produção
brasileira de soja livre.
“Porém, precisamos de
estruturação da cadeia no Brasil e, ainda, de certeza de compra ‘do lado de lá’
também. Por exemplo, os agricultores plantam sem saber se haverá prêmio. Não
podemos trabalhar sem contratos firmes e a médio e longo prazo, pois
trabalhamos com duas ou três safras ‘para frente’”, afirmou.
Participaram do evento
Marcel Viergever, coordenador e especialista em organização e sustentabilidade
na agricultura, Alexandre Morais do Amaral, chefe da assessoria de Relações
Internacionais da Presidência da Embrapa, Masayuki Eguchi, representante chefe
da Jica Brasil, Roberto Kurokawa, especialista em soja.
Via assessoria
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