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POSSÍVEL GUERRA COMERCIAL ENTRE BRASIL E EUA PODE IMPACTAR EXPORTAÇÕES E O CONSUMIDOR

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As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a adoção de medidas de reciprocidade caso Donald Trump aumente as tarifas sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos reacenderam o debate sobre os impactos de uma guerra comercial entre os dois países. Se concretizada, a disputa pode afetar setores estratégicos da economia brasileira, elevando custos para consumidores e exportadores.

 

GUERRA COMERCIAL

Segundo Marcelo Costa Censoni Filho, sócio do Censoni Advogados Associados e especialista em Direito Tributário, essa escalada de tensões pode trazer consequências significativas. "Caso os Estados Unidos realmente aumentem tarifas para produtos do Brasil, e o governo brasileiro reaja da mesma forma, a relação entre os dois países pode se deteriorar a ponto de caracterizar uma guerra comercial. O grande questionamento aqui é: quem sai perdendo?", analisa o tributarista.

 

TARIFAS DISCRIMINATÓRIAS

Trump pode impor tarifas de forma unilateral? - As ações anunciadas por Trump já geraram questionamentos sobre violações às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Criada em 1995, tendo o Brasil como um dos países fundadores, a OMC tem o objetivo de garantir um comércio internacional baseado em regras claras e equitativas. Um de seus princípios fundamentais é o Tratamento de Nação Mais Favorecida, que impede um país de impor tarifas discriminatórias sem justificativa legal.

“Quando um país aumenta tarifas unilateralmente, ele pode ser questionado no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Isso já aconteceu antes, e os EUA foram derrotados em disputas anteriores. No entanto, medidas protecionistas, mesmo que contestadas, acabam impactando o comércio global", explica Censoni Filho.

 

TRIBUTAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR

Como é a tributação no comércio exterior? - A tributação no comércio exterior brasileiro é regida por diversas normas, sendo as principais:

Decreto-Lei nº 37/1966, que regulamenta o Imposto de Importação (II) e o Imposto de Exportação (IE), tributos federais cobrados pela Receita Federal.

Lei nº 10.865/2004, que estabelece a incidência do PIS-Importação e Cofins-Importação.

Regras de Preço de Transferência, que evitam manipulação de preços para fins fiscais.

Política de defesa comercial da Camex (Câmara de Comércio Exterior), que pode adotar medidas antidumping para proteger setores nacionais.

No caso específico das commodities, as exportações brasileiras seguem padrões internacionais, com a incidência do Imposto de Exportação (IE) e exigências como o Registro de Transações com Commodities.

 

IMPACTO PARA O CONSUMIDOR

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Caso a guerra comercial avance, os efeitos podem ser sentidos no dia a dia da população. "Se o Brasil aumentar tarifas sobre a importação de trigo dos EUA, por exemplo, o preço do pão e de outros produtos derivados pode subir no mercado brasileiro", exemplifica Censoni Filho.

Além da alta de preços, disputas comerciais podem levar à redução da oferta de determinados produtos no mercado interno. "Se um país deixa de importar um produto devido a tarifas elevadas, a disponibilidade no mercado interno pode diminuir, elevando os preços para o consumidor final", acrescenta.

Censoni Filho diz que a escalada da disputa comercial entre Brasil e EUA ainda é incerta, “mas os desdobramentos podem afetar desde grandes exportadores até o consumidor que faz compras no supermercado”. (via assessoria).

 

AUMENTO NAS IMPORTAÇÕES DE FERTILIZANTES

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As importações brasileiras de fertilizantes bateram o recorde dos últimos cinco em 2024. Foram desembarcadas nos portos brasileiros 44,3 milhões de toneladas, um crescimento de 8,3% em comparação aos 40,9 milhões no mesmo período do ano anterior. A informação consta na edição de janeiro do Boletim Logístico, divulgado recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

 

NÚMEROS

Pelo porto de Paranaguá, chegaram ao país de janeiro a dezembro de 2024, 11 milhões de toneladas contra 10,3 milhões no mesmo período de 2023. Já pelos portos do Arco Norte, foram 7,52 milhões em 2024 em comparação a 5,97 milhões do ano anterior. Por Santos, entrou um total de 8,88 milhões de toneladas no ano passado, comparadas a 8,56 milhões em igual período de 2023.

O principal produto cultivado no país, a soja, apresentou um aumento de exportações pelos portos do Arco Norte. Em dezembro passado, foram expedidos por estes portos, 34,8% das exportações nacionais, superando os 33,8%, no mesmo período do ano passado.

 

FRETES

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Em relação ao mercado de fretes, o Boletim informa que na Bahia o fluxo logístico com o transporte de grãos apresentou queda em relação a novembro. Com a redução na demanda foi observada a diminuição na cotação dos fretes na maior parte das localidades pesquisadas no estado. Já no Distrito Federal, foram registradas pequenas variações nas praças pesquisadas. Os fretes para os portos de Paranaguá, no Paraná, e Santos, em São Paulo, se mantiveram estáveis ou com pequena variação de preços.

Para Goiás, a demanda por fretes no município de Rio Verde em dezembro foi baixa, algo normal para essa época do ano, de acordo com as transportadoras. Para a maioria das rotas a cotação de frete reduziu, exceto para algumas rotas pontuais com origem de Cristalina e Catalão. Apesar da baixa movimentação, as eventuais demandas têm enfrentado uma certa dificuldade para encontrar caminhões para atender aos pedidos.

 

FRETES II

No Maranhão, em dezembro, não houve ocorrência de fretes rodoviários de cargas de soja direcionados para o porto do Itaqui ou para o Terminal Ferroviário de Porto Franco, em razão da ausência de estoques e em Mato Grosso, o mercado de fretes rodoviários apresentou pouca movimentação, mantendo-se em ritmo lento no final do ano. Houve redução nas cotações em praticamente todas as rotas que têm o estado como origem. Já em Mato Grosso do Sul, os fretes experimentaram oscilações negativas de preços em função da disponibilidade de produto para movimentação.

Para Minas Gerais, as exportações de café são realizadas por cooperativas e exportadoras e mantiveram o valor dos fretes no patamar histórico devido à boa demanda. No Piauí, o mercado de fretes em dezembro continuou bastante retraído, refletindo em impactos nos valores de frete cobrados nas principais rotas de escoamento do agro do estado. (Fonte: Conab).

 

TRIGO APRESENTA ESTABILIDADE

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Os preços médios do trigo estiveram firmes em janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte veio sobretudo da retração de produtores; a maior parte esteve afastada do spot, vendendo poucos volumes. Do lado da demanda, consumidores, abastecidos, adquiriram pequenas quantidade do cereal para completar estoques, mostrando maior interesse em fechar contratos a termo com recebimento a partir de março. De acordo com levantamento do Cepea, em janeiro, a média mensal do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.270,02/t, alta de 1,4% frente à de dezembro/24, mas queda de 3,5% sobre a de janeiro/24, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, os aumentos foram de 0,9% no comparativo mensal e de 5,3% no anual, à média de R$ 1.409,27/t. Em São Paulo, houve respectivas altas de 0,8% e de 18,4%, a R$ 1.591,94/t em janeiro/24. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.438,73/t, sendo 1,2% superior à de dezembro/24, mas 0,9% abaixo da de janeiro/24. (Fonte: Cepea).

 

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