COLHEITA DE SOJA PRESSIONA PREÇOS DO TRANSPORTE DE GRÃOS
O avanço da colheita da soja têm influenciado os preços praticados no mercado de serviço de transporte de grãos nas principais rotas pesquisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento. A análise consta na edição de fevereiro do Boletim Logístico, divulgado recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A perspectiva de uma produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões para o transporte dos grãos, o que influencia em uma alta nos serviços de frete.
MATO GROSSO: ALTA EXPRESSIVA
Este cenário já é verificado em Mato Grosso. Principal produtor de soja no país, as cotações no serviço de transportes registraram alta expressiva em janeiro deste ano, tendência que persiste também no início de fevereiro. Nos estados de Minas Gerais, da Bahia, de Mato Grosso do Sul, do Maranhão e do Distrito Federal, o fluxo logístico com o transporte de grãos apresentou alta na demanda, pressionando as cotações praticadas nas principais rotas pesquisadas pela Conab.
ALTA TAMBÉM EM GOIÁS
Em Goiás, outro importante estado produtor da oleaginosa, a situação é semelhante. A demanda na região de Rio Verde por fretes começou a subir, principalmente, após a segunda quinzena de janeiro, justificada pelo início da colheita da cultura de soja na região. Já a procura pelo serviço de transporte de grãos nas áreas produtoras goianas em que os trabalhos de colheita não foram intensificados foi mais baixa.
PARANÁ E SÃO PAULO
Panorama semelhante foi verificado no Paraná. Na região de Ponta Grossa, a variação nas cotações de frete foi negativa, uma vez que a safra é mais tardia em relação ao oeste do Paraná.
Em São Paulo os preços de serviços de transporte de grãos se mantiveram estáveis nas maioria dos percursos analisados pela Companhia. Apenas as rotas de Palmital e Franca mostraram queda nos valores praticados.
PIAUÍ: FRETE ESTÁVEL
Já no Piauí, o mercado de frete continuou retraído. Na média, considerando todas as rotas, os preços praticados em janeiro reduziram cerca de 4% em comparação com os valores cobrados em dezembro. Este cenário de pouco movimento no mercado de fretes é consequência principalmente da fraca demanda por caminhões, devido a redução do volume de embarques de grãos tanto no mercado interno quanto para exportação, uma vez que as colheitas da safra atual ainda não iniciaram e os estoques da safra 2023/24 praticamente finalizaram. (Fonte: Conab).
SAFRA PARANAENSE DE MILHO EM ALTA
Os produtores de milho da primeira safra paranaense podem ter a melhor produtividade histórica, com a retirada de mais de 10,4 mil quilos por hectare. Para ajudar no bom desempenho dessa cultura, a segunda safra está avançando no plantio e também promete ser das melhores já colhidas no Estado.
RECORDE
Os 10,4 mil quilos por hectare, se confirmados, vão superar o recorde de 10,2 mil quilos conseguido na safra 2022/23. Com isso, a produção pode superar em 11% o volume de 2,5 milhões de toneladas do ciclo anterior, chegando a 2,8 milhões de toneladas, mesmo ocupando uma área 9% inferior, de 294,4 mil hectares caiu para 267,5 mil.
O plantio da segunda safra avança, favorecido pelas condições climáticas, e já cobre aproximadamente 65% dos 2,6 milhões de hectares projetados. Se essa situação permanecer, nos próximos 15 dias deve superar os 90%. A produção estimada hoje é de 15,9 milhões de toneladas.
COLHEITA DA SAFRA DE SOJA
O avanço da colheita da safra de soja, que alcançou 50% da área de 5,77 milhões de hectares, tem levado o Deral a revisar para baixo a estimativa a cada mês. A projeção agora é de 21,2 milhões de toneladas, 4,7% inferior às 22,3 milhões estimadas inicialmente.
No entanto, a região Sul, onde a colheita deve se acentuar a partir de agora, não sofreu tanto com as alterações climáticas, e pode apresentar produtividade mais alta que no período anterior.
PERDAS
Até agora as maiores perdas foram observadas na região de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Estado, com 376 mil toneladas a menos que o previsto. A região Oeste vem a seguir com a perda de 317 mil toneladas. A última avaliação a campo mostra que, em geral, 80% do que ainda resta está em bom desenvolvimento, 17% em situação mediana e apenas 3%, ruim.
OLERICULTURA
As colheitas de batata e cebola já se encerraram no Estado, com crescimento de produção em ambas. A batata de primeira safra rendeu 584,2 mil toneladas, 48% acima das 393,7 mil toneladas do período anterior. “A qualidade do produto colhido está boa”, acentuou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade.
A de segunda safra já está com 66% dos 10,9 mil hectares plantados. Por enquanto está mantida a previsão de produzir 342,6 mil toneladas, visto que 94% das lavouras estão classificadas como boas e o restante, em condições médias.
CEBOLA
A cebola produziu 127,7 mil toneladas, 44% a mais que as 88,7 mil toneladas de 2023/24. “A região de Guarapuava melhorou demais a qualidade, colhendo mais de 50 toneladas por hectare, e contribuiu bastante para a boa produção”, disse Andrade.
TOMATE
O tomate de primeira safra está todo plantado e com 79% da área de 2,5 mil hectares já colhida. Atualmente a previsão é de colher 168,5 mil toneladas. A segunda safra está com 67% dos 1,7 mil hectares plantados e 11% colhidos. Estima-se produção de 120,2 mil toneladas.
TOMATE II
No entanto, os tomates das duas safras têm sofrido com um surto de infecção virótica, provavelmente transmitido pelo inseto vetor Bemisia tabaci, conhecido como mosca-branca. Em algumas regiões do Estado quase 100% da produção foi comprometida. Técnicos de vários institutos, entre eles a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), têm realizado inspeções para analisar o problema e orientar produtores.
OUTRAS CULTURAS
A região Noroeste do Paraná tem reduzido alguns plantios, como o milho de segunda safra, para investir em outras culturas que não apenas a soja. A mandioca é uma das que aumentaram, com 8% a mais que os 138,6 mil hectares do ano anterior. Os 150 mil hectares previstos de colheita agora devem render 4,2 milhões de toneladas (12% a mais que os 3,7 milhões de 2024).
No Sul, onde algumas regionais perderam um pouco a área de grãos, a produção de tabaco teve crescimento. De 73 mil hectares passou para 81 mil hectares (11% a mais). A atividade é conduzida prioritariamente por pequenos agricultores que têm pouco espaço produtivo. Eles devem colher um recorde de 199,8 mil toneladas. (Fonte: Seab).
SISTEMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR
O Paraná chegou a 342 municípios com adesão ao Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o que representa 85,7% dos municípios do Estado. Esse número coloca o Paraná na liderança, respondendo por 23% das 1390 adesões municipais feitas no Brasil.
NOVOS INTEGRANTES
Os 23 novos integrantes do Sisan foram divulgados recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. São eles: Agudos do Sul, Altamira do Paraná, Barbosa Ferraz, Bocaiúva do Sul, Campo do Tenente, Céu Azul, Clevelândia, Conselheiro Mairinck, Farol, Guaíra, Inácio Martins, Jacarezinho, Jataizinho, Moreira Sales, Piên, Quatiguá, Santa Maria do Oeste, Santana do Itararé, Saudade do Iguaçu, Sulina, Tibagi, Uraí e Vitorino. (Fonte: Seab)
Comentários
Postar um comentário